Anatomia de uma Queda
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
Dia 23 maio | IPDJ | 21H30
ANATOMIA DE UMA QUEDA
Justine Triet, FR, 2023, 151’, M/12
sinopse, ficha, técnica e trailer: aqui
notas críticas
Anatomia de uma Queda oferece-nos, sobretudo, uma personagem com uma densidade psicológica elevada que nos interessa decifrar, pela complexidade das suas características, que passam por uma aparente frieza, um humor autoirónico e uma racionalidade quase inabalável. Manuel Halpern, Visão
O filme de Justine Triet mantém os espectadores na dúvida sobre o que realmente aconteceu quase mesmo até ao fim (e talvez mesmo após o fim).
Palma de Ouro do Festival de Cannes, Anatomia de uma Queda põe em cena um casal de escritores, Sandra, alemã, que publica com sucesso, e Samuel, francês, também professor universitário, que sofre de um frustrante bloqueio criativo, e o seu filho de 11 anos, Daniel, que tem graves problemas de visão após ter sido atropelado por uma moto e precisa de um cão-guia. A família vive num chalé na montanha, perto de Grenoble, e um dia, Samuel é encontrado morto pelo filho, aparentemente após ter caído de uma janela abaixo ou então cometido suicídio. Mas a polícia põe a possibilidade de ter havido homicídio, e Sandra é a principal suspeita, acabando por ser formalmente acusada e levada a julgamento. Anatomia de uma Queda tem a estrutura, os tiques e as características narrativas de um policial jurídico clássico, embora Justine Triet se demore mais do que é habitual a descrever e desvendar, com paciência e minúcia, o background humano, doméstico, emocional e psicológico do caso, esmiuçando a tensão e a crescente degradação das relações entre marido e mulher e o seu impacto no filho, alternando constantemente de ponto de vista e mantendo-nos na dúvida sobre o que realmente aconteceu quase mesmo até ao fim (e talvez mesmo após o fim). Sandra Hüller, para a qual Triet e o seu parceiro de argumento Samuel Harari, escreveram expressamente o filme, é óptima, ainda mais porque tem que alternar entre duas línguas na sua interpretação, uma das quais a personagem não domina bem, mas não esqueçamos o expressivo Milo Machado Graner no papel do precoce e sensível Daniel, cujo testemunho se vai revelar decisivo no final. Eurico de Barros, timeout ★★★★
Les Inrocks ★★★★★
Libération ★★★★★
Cahiers du Cinéma ★★★★
The Guardian ★★★★
João Lopes ★★★★
Inês N. Lourenço ★★★★
Rui Pedro Tendinha ★★★★