Culpado-Inocente-Monstro
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
DIA 9 maio | IPDJ | 21H30
CULPADO - INOCENTE – MONSTRO
Hirokazu Kore-Eda, JP, 2023, 127', M/12
sinopse, ficha, técnica e trailer: aqui
notas críticas
Uma jovem viúva tenta compreender o estranho comportamento do filho de 12 anos, num filme que nos mostra, alternadamente, a perspetiva da mãe, do filho e do professor. Mais um filme sobre rejeição e construção de identidade pessoal, na obra do cineasta Hirokazu Kore-eda. Vasco Baptista Marques, Expresso
O novo filme de Hirokazu Kore-eda traz a sensibilidade de sempre embrulhada numa história porventura demasiado cheia. Culpado - Inocente - Monstro sonda a vida oculta das crianças que não se deixam ler facilmente pelos adultos. A banda sonora é de Ryuichi Sakamoto. Inês N. Lourenço, dn
Sensibilidade, subtileza, contemplação e paciência são características caras a Kore-eda que, uma vez mais, coerente à sua filmografia, as emprega na missão do corte e costura, embutindo-as no ambiente violento, impetuoso, hostil e frio – realista e mundano. A montagem que abarca os pormenores, capta os elementos no momento certo e fá-los deslocarem-se como se de peças de xadrez se tratassem, avançando e recuando mediante a construção da ilusão de ótica e da ambiguidade desejadas. Os variados planos longos que nos puxam para dentro do ecrã são muitas vezes acompanhados pelas composições melancólicas de Ryuichi Sakamoto, que coadunam com a beleza das relações humanas, a disfuncionalidade dos laços familiares, a inocência das crianças, o sabor da liberdade e a inevitabilidade da perda. Findas as considerações, apraz-me concluir: “Se apenas algumas pessoas o podem ter, não é felicidade. A felicidade é algo que qualquer pessoa pode ter.” Beatriz Fernandes, À Pala de Walsh
Monster” junta o melhor do Kore-eda que conhecemos e amamos, mas agora com um novo sentido de contemporaneidade, destacando-se, principalmente, o estudo cuidado das relações, que vão desde as maternais a filiais, passando por amicais ou amorosas. Pelo caminho, e sem nunca cair no objeto panfletário ou manipulador, o japonês entrega-nos um trabalho que muitos vão certamente comparar a “Close” de Lukas Dhont, mas que no fundo é um puro Kore-eda na sua habitual jornada emocional, social e política, onde histerismos, artificialismos ou explosões ideológicas são substituídos pela calma e naturalidade do realizador. Jorge Pereira Rosa, c7nema.net