Ciclo Reflexões sobre Fascismos

Últimas

CICLO REFLEXÕES SOBRE FASCISMOS

SÁBADOS | SEDE  CCF | 17H30

de 18 de outubro a 13 de dezembro
entrada livre

FASCISMOS
DIFERENTES MAS IGUAIS

O Cineclube de Faro nasceu em 1956 em pleno Estado Novo (1933–1974), um regime autoritário com todos os traços fascistas: nacionalismo, culto do chefe, repressão política, imposição de uma moral conservadora e censura. O regime usava o cinema como instrumento de exaltação destes elementos centrais da ideologia fascista portuguesa. A produção cinematográfica nacional era pobre e supervisionada ou aprovada pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI), responsável pela censura e propaganda. Os cinéfilos estavam condenados a ver noticiários oficiais, filmes históricos exaltando a pátria ou comédias “populares” que reforçavam a moral do regime.  
Os cineclubes foram uma forma de resistência cultural, abrindo janelas para cinematografias proibidas ou pouco acessíveis em Portugal. Funcionaram como centros de debate, formação e contacto com ideias progressistas e libertárias vindas do cinema estrangeiro.
Depois da revolução de Abril o Cineclube de Faro encetou outras lutas: contra a hegemonia do cinema comercial, a falta de apoio financeiro e desvalorização da cultura cinematográfica, mantendo viva a memória da resistência antifascista e o ideal de cinema como espaço de debate, reflexão e liberdade.
Com o ciclo “FASCISMOS” queremos reafirmar esse compromisso. No tempo da afirmação de autoritarismos, populismos e extremismos, propomos várias visões cinematográficas das origens do fascismo que mostram o que aqueles são: FASCISMOS.
Eduardo Coutinho