Aftersun
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
30 MAR | IPDJ | 21H30
AFTERSUN
Charlotte Wells, UK/US, 2022, 102’, M/12
sinopse, ficha técnica e trailer: aqui
nota de intenções
AFTERSUN é sobre um jovem pai de 30 anos e a sua filha de 11 anos de férias num resort na Turquia no final dos anos 90. É contado - subtilmente - pelo ponto de vista da filha, Sophie, como adulta 20 anos depois. Uma memória de intimidade de um ponto de distância. Sinceramente, não quero falar muito mais sobre isso. É melhor experimentá-lo sem contexto, sem ter visto o nosso lindo trailer e com paciência e mente aberta. Acumula-se a um sentimento que me descobri mais capaz de expressar através da linguagem do cinema e não em palavras ou por qualquer outro meio. E há espaço para vocês neste filme também. Espero que possam tomá-lo e preenchê-lo, para o sentir.
notas críticas
Que maravilha… ondula e brilha suavemente como uma piscina de mistério. The Guardian
Um drama entre pai e filha que vos irá paralisar.
AFTERSUN flui como uma memória carinhosamente recordada que foi repetida infinitamente... O ritmo fácil da realização de Wells traz à luz o melhor dos seus protagonistas centrais, e a química entre Mescal e Corio desenrola-se sem esforço. Time Out
Uma interpretação belíssima de Paul Mescal. Um dos actores mais brilhantes da sua geração. The Telegraph
Raro e especial é um filme capaz de evocar tanta pungência: um sentimento que perdura muito além dos momentos dolorosamente emocionantes do filme na tela. Empire
Profundo e magistral. Indiewire
Um deslumbramento. Les Inrockuptibles
Um trabalho brilhantemente seguro e estilisticamente aventuroso, este drama coming-of-age, elegantemente subtil mas emocionalmente fascinante, disseca temas de amor e perda de uma maneira tão hábil que parece quase acidental. The Observer
[...] AFTERSUN mede com infinita delicadeza e actores superlativos o que podem ser os sentimentos oceânicos entre uma filha e o seu pai, que força de melancolia proustiana pode brotar da memória do paraíso perdido da infância. Serge Kaganski, in Transfuge
Não há algo que seja especificamente uma memória minha, ou derivado da memória. Mas os detalhes surgem da memória, ou coisas que representam outras coisas. E não é fácil construir diálogos, porque ao escrever sou toda a gente ao mesmo tempo, sou tanto Calum como Sophie, como sou qualquer outra personagem. Isso foi desafiante, evitar clichés, sentimentalismo. Uma das coisas que gosto no acto de escrever é o de construir personagens-criança, porque há mais liberdade, as crianças são sinceras e sentimentais e posso jogar com isso. Mas há muito de mim no diálogo... por vezes dou por mim a responder a perguntas pessoais com frases do filme e fcio embaraçada. - Charlotte "Charlie" Wells, em entrevista a André Santos, Observador
Uma primeira obra independente com sotaque escocês e uma nostalgia indefinível. AFTERSUN está a despertar a curiosidade de muitos espectadores (sessões esgotadas confirmam-no), mas importa reforçar o incentivo. Trata-se de uma das estreias mais preciosas deste início de ano, a memória de umas férias de verão na Turquia entre um pai (Paul Mescal, nomeado ao Óscar) e uma filha pré-adolescente. Imagens que destilam tristeza sensorial. Inês Lourenço, Diário de Notícias
... o seu uso de material evocativo, de próteses tecnológicas da memória como os sistemas de vídeo amador dos anos 90 (a que, acrescentando a música dos Blur, entre outros, nos permitem “datar” a acção do filme), ajuda a criar essa sensação, a cavar a distinção entre o “vivido” e o “recordado”, mas não a explica. Conseguir tocar essa nota, escondendo o instrumento usado para a tocar: é bela a proeza deste filme promissor. Luís Miguel Oliveira, Público
De vez em quando há um filme assim, que nos devolve a confiança no cinema. Num cinema que nos fala, nos toca, nos comove e perturba. É assim AFTERSUN, primeira longa-metragem da jovem escocesa Charlotte Wells... João Antunes, Jornal de Notícias