Coisas de Homens
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in Programação
5ªF | 7 OUT | IPDJ | 21H30
COISAS DE HOMENS, Lucas Belvaux, França/Bélgica, 2020, 102', M/14
sinopse, ficha técnica e trailer:aqui
notas críticas
Depois de ter abordado o populismo de direita em Esta Terra é Nossa, o belga Lucas Belvaux atira-se às feridas da guerra da Argélia nesta adaptação de um romance de Laurent Mauvignier. O melhor de Coisas de Homens é a sua inteligente estrutura narrativa, que parte do tempo presente para construir aos poucos, por acumulação quase impressionista, um mosaico de vivências e episódios. No centro estão dois primos que partilharam o serviço militar na Argélia, e as sequelas da guerra que deles fizeram quem são hoje. O filme começa numa festa de aniversário onde velhos rancores vêm ao de cima, para depois a história ir rodando por múltiplos narradores que, cada um à sua vez, insere uma peça que clarifica os eventos.
Jorge Mourinha, Público
Retrato de uma geração que guarda as feridas interiores da guerra da Argélia, Coisas de Homens, de Lucas Belvaux, traz Gérard Depardieu em modo violento, com trauma justificativo. Aquilo que acontece ainda nos primeiros minutos de Coisas de Homens tem uma força brutal. Gérard Depardieu, no jeito de caminhar pesado do seu corpo volumoso e triste, entra num salão de aldeia onde decorre o aniversário de alguém, e a sua presença rude instala uma promessa de violência. Depardieu é Bernard, o irmão da aniversariante (Catherine Frot), que não foi convidado para a festa mas mesmo assim fez questão de aparecer com uma joia cara para a presentear em frente a todos. Um gesto delicado.
Inês Lourenço, DN