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O Sal das Lágrimas

Categoria hospedeira: Ciclo do mês
in ciclo mês - novembro20

 

12 NOV (5ªF) | IPDJ | 21h30

sinopse, ficha técnica e trailer: aqui

notas críticas

Um filme soberbo. (...) A cena em que as personagens dançam ao som de uma canção pop (dos Téléphone), cena sublime em todas as acepções da palavra, e onde há menos “nostalgia” do que uma espécie de oração pela fugacidade da juventude (e se tudo se torna misteriosamente comovente é porque Garrel capta essa fugacidade às mil maravilhas).
Luís Miguel Oliveira, Público ★★★★

... uma das grandes estreias cinematográficas destes últimos meses. Há nele uma confluência mágica dos elementos tradicionais e obsessivos da obra de Garrel: desde logo, o enigmático cruzamento das relações amorosas, neste caso a partir da experiência de Luc, um jovem da província a estudar marcenaria em Paris; depois, o enfrentamento da morte, figura sempre ausente que, perversamente, vai pontuando o desejo de viver; enfim, as austeras e maravilhosas composições a preto e branco, remetendo-nos para um romanesco que não desiste das suas mais primitivas emoções.
João Lopes, DN

Há lágrimas e lágrimas no novo filme de Garrel, o homem que tem a câmara no lugar do coração.
Francisco Ferreira, Expresso ★★★★

 

 

entrevista ao realizador

Philippe Garrel, um dos sobreviventes da Nouvelle Vague, acaba de estrear talvez o seu melhor filme de sempre, "O Sal das Lágrimas".
Filho do grande ator de teatro e cinema Maurice Garrel e pai do popular ator e realizador Louis Garrel, Philippe Garrel, 72 anos, é um dos raros continuadores do espírito da Nouvelle Vague dos anos de 1960, quando começou a realizar, ao mesmo tempo que Jean-Luc Godard ou o seu amigo Jean Eustache.
"O Sal das Lágrimas" chega-nos da Berlinale, contando a história de um jovem da província que vai a Paris para se candidatar a uma famosa escola de artes manuais, mas vê-se dividido entre a relação com o pai, a jovem que encontra e a namorada grávida que deixou para trás.
Philippe Garrel esteve à conversa com o JN, sobre o cinema e a vida.
Nos últimos anos as suas personagens pertencem sobretudo a um meio social mais modesto...
Apercebi-me há uns dez anos que eu, mesmo pertencendo à pequena burguesia, não podia continuar a filmar a burguesia, porque se tornara insuportável a exposição dos seus valores e da sua linguagem. Não nos apercebíamos disso quando víamos um Visconti, que falava da aristocracia. Mas achei que, nesta época de crise mundial, se tornava obsceno. No cinema, se o padeiro é enganado pela mulher, temos pena dele; se for o patrão de uma fábrica, já não nos importamos. É um estado a que nunca voltarei. A ilustração da burguesia no cinema tornou-se desagradável.
O filme mostra toda uma liberdade de costumes no amor, mas a personagem do pai diz que se a mulher dele o enganar, ele parte... É o Philippe Garrel a falar?
Não, foi o meu pai que disse isso. Quando escrevi o filme, percebi que podia ser o pai do filho que tive ou o filho do pai que tive. Foi também por isso que escolhi este tema, porque conheço a psicologia do filho e a psicologia do pai. Não é um retrato do meu pai, mas há frases do diálogo que tirei de coisas que o meu pai dizia, como essa que refere. Mas é tudo ficcional, não há nada de autobiográfico no filme.
O filme aborda a questão da poligamia...
Eu sou monógamo, mas não tenho nada contra a poligamia. Quando era novo era polígamo. Pessoas que vivem a três é um fenómeno antigo de estudo. Ainda acontece hoje, mas menos. Nos anos 60/70 era muito frequente. Era o tempo do amor livre. As pessoas pensaram que era um progresso.
A que estudos é que se está a referir?
Se quisermos falar a sério, Freud dizia que a monogamia era um grande progresso relativamente à poligamia de onde vimos, porque os nossos antepassados eram polígamos. Ao princípio, a espécie humana vivia em poligamia. Mais tarde, na burguesia, era a bigamia. Todos os homens tinham uma mulher e uma amante. Em 68, achámos que o amor livre era uma maneira mais inteligente e feliz de viver, mas depois apercebemo-nos que era um erro.
O que falhou então?
Por causa do ciúme, da possessão... Os hippies eram um movimento extraordinário, pacifista, viviam em comunidade. Mas já se falava disso antes da Revolução Francesa. Houve uma tentativa de modificar a sexualidade para chegar a uma vida mais equilibrada e feliz. Depois essas ideias apagaram-se, até chegarmos a 68, onde ressurgiram. Não era um erro moral, mas mostrou-se impossível de pôr em prática.
Mas colocou essa situação em prática, no seu filme...
Escrevi para personagens de 20 anos, mas a única referência que tinha era eu com 20 anos. Mas é impossível que situações destas não existam hoje em dia. A monogamia foi o modelo que triunfou, mas também não funciona completamente devido à sexualidade, aos instintos, à perversidade de que ninguém escapa, segundo Freud.
Mesmo que haja sofrimento no filme, as lágrimas não são amargas, como em Fassbinder, são salgadas. De onde lhe veio o título?
O título veio-me assim, como um sinónimo de "A Espuma dos Dias", do Boris Vian. Para mim, um título é suficiente para fazer um filme. Ao princípio, não tinha guião para os meus filmes. Como a Chantal Akerman. Éramos discípulos de Godard, como o Fassbinder. Godard não tinha guião, mas tinha um caderno onde tinha a sua história, mesmo que não a desse aos atores. Fazer um filme sem um guião é arriscado.
Fazer um filme hoje é mais difícil do que quando começou?
Faço filmes apenas pela sua fabricação. Pela rodagem e pela montagem. Não pelo guião. Mas, economicamente, o cinema está ligado aos guiões. Para produzir um filme é preciso um guião, a não ser que se tenha um mecenas, como tive no início da minha carreira. Hoje, se disser que vou fazer um filme sem guião ninguém me vai dar dinheiro. Espero que a próxima geração invente um cinema em que o método de fabricação seja diferente.
João Antunes, JN

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