Martin Eden

ciclo mês - novembro20

Devido à inclusão de Faro na lista dos concelhos com risco elevado, a sessãoterá novo horário.

26 NOV (5ªF) | IPDJ | 19h30

sinopse, ficha técnica e trailer: aqui

Nota de intenções
Martin Eden conta a nossa história, a história de pessoas que não foram educadas pelas suas famílias ou na escola, mas sim na estrada. É o romance dos autodidactas e daqueles que acreditavam na educação como um instrumento de emancipação, mas que de alguma forma foram decepcionados por isso. No entanto, indo além desta primeira leitura, Martin Eden não só conta a história de um jovem proletário que se apaixona por uma rapariga de uma classe social mais elevada, começando assim um sonho de se tornar escritor, como também pinta o retrato de um artista de sucesso (um autoretrato sombrio do próprio Jack London), que perde, inevitavelmente, o sentido da sua própria arte. Interpretámos livremente o romance de London e tomámos Martin Eden como um fresco que previa as perversões e tormentas do século XX, assim como os seus temas cruciais: a relação entre indivíduo e sociedade, o papel da cultura de massas, a luta de classes…
No filme, a parábola do herói negativo criada por London abre com sequências do anarquista Errico Malatesta, traçando paralelos com as vidas e obras de uma série de escritores poète maudit dos anos 1900, desde Vladímir Majakóvskij a Stig Dagerman e Nora May French. Imaginámos o nosso Martin a atravessar os anos 1900, ou melhor, uma crase, uma transposição onírica para o século XX, sem restrições de tempo, não na California original do romance mas numa Nápoles que poderia ser qualquer cidade, em qualquer parte do mundo.

notas críticas

Uma audaciosa adaptação da obra-prima de Jack London. Télérama ★★★★★

Prémio Melhor Actor no festival de Veneza, Luca Marinelli é uma verdadeira força da natureza. The Hollywood Reporter

Uma adaptação lírica do romance homónimo de Jack London, que dialoga com os dias de hoje. Transfuge ★★★★★

Poético, apaixonante, romanesco, romântico. E muito comovente. Les Inrocks ★★★★★

Aquilo que há de mais belo no Martin Eden de Pietro Marcello [...] é o modo como a linguagem do cinema cria uma dança magnífica e fracassada, um encontro que não aconteceu: o encontro do seu herói com o mundo. Elisabeth Franck-Dumas, Libération ★★★★★

Ver Martin Eden é como ver a Europa sonhar sobre as tragédias do século XX que parecem condenadas a repetir-se. Cláudio Alves, Magazine HD

Martin Eden traz a vibração de um maravilhoso que inventa, que descobre. Por exemplo, veja-se a experiência que vai fazendo, ao contar a história deste jovem proletário que quer ser escritor, que quer transcender as suas origens pelo contacto com a beleza, que no conflito entre “fazer cultura” ou “fazer política” opta pelo primeiro; veja-se a experiência, dizia-se, com as imagens de arquivo, verdadeiras ou criadas pelo realizador: constroem um tempo histórico, que é todo o século XX e não uma década específica, e simultaneamente são o sismógrafo da aventura emocional de uma figura que se exalta com o seu individualismo, e que pode ser, como diz o realizador, “a história de tantos de nós”. Vasco Câmara, Público